13.9.06

Os Aspones

Meu novo trabalho (que já nem é tão novo assim) é algo além do hilário. Já com 3.0, pareço um sopro de ar fresco num ambiente de pré-pensionistas. Quem está na repartição há menos tempo não precisa mais que dez anos para gozar a aposentadoria. Deparo-me diariamente com as diferenças de geração entre eu e a equipe de jornalismo e também o departamente técnico da rádio. Contratado através de concurso público, me sinto fadado a perecer no trabalho, como a maioria de meus já queridos colegas.

Tenho tentado manter um site da rádio no ar, mudando as coisas devagarinho, ao ritmo do serviço público. Um dia troco um banner. No outro, subo uma imagem mais ousada. Mudo aqui, mudo alí... quando dão por si, já troquei todo o layout e sumi com a logo da emissora, confeccionada nos recônditos de alguma década esquecida. Essa eu tive que recuperar, mas ainda dou cabo dela.

Tenho aprendido muito com todos por alí. Aprendi, por exemplo, que nem todo mundo sabe exatamente o que é um site. Numa outra ocasião, aprendi que no serviço público é cada um por si e deus contra todos. Não há uma equipe, mesmo que haja. Não há prestação de contas. Não há controle de qualidade. Não há também aporrinhação. Praticamente não há chefe. Cada um se guia de acordo com suas próprias convicções. São todos concursados, não precisam pedir bênção ao chefe da repartição. Enfim, é praticamente um mundo aspone.

3 Comments:

Blogger Marcelo said...

Que SONHO!

13/9/06 9:45 AM  
Anonymous Anônimo said...

Rody, adorei o texto. Sabe, me sinto numa situação parecida. Principalmente no que se refere à falta de controle da qualidade. Ser funcionário público, no fim, é mamata... :)

13/9/06 5:47 PM  
Blogger John said...

A convivência com esse povo vai fazer com que você comece a pensar na sua aposentadoria, mesmo que falte 20 anos... Eu já vi esse filme...

13/9/06 6:50 PM  

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