Skinnerbox
Fotos: Divulgação/ Fernando Rosa
Fui com meu irmão a um dos espetáculos do festival Goiânia em Cena. Não poderíamos ter escolhido dia melhor. No palco, a bailarina Gica Aliotto, ex-estrela da Quasar, pôde explicar ao público do Cerrado, enfim, porque trocou a cia goiana pela catarinense Cena 11. O vigor de Skinnerbox contagia até quem não está disposto a entender a loucura comportamental a que a trupe se propõe. Deixo como dica aos amigos do sul. Se passarem por sua cidade, digladiem por um ingresso. Vale até matar.
Em 1932, o professor Skinner, da Universidade de Harvard, relatou uma de suas observações sobre o comportamento de pombos e ratos brancos. Para seus experimentos, ele inventou um aparelho que, depois de passar por modificações, ficou conhecido em todo o mundo como Caixa de Skinner.
Um rato é colocado dentro de uma caixa fechada que contém apenas uma alavanca e um fornecedor de alimento. Quando o animal aperta a alavanca, uma bolinha de alimento cai na tigela de comida, recompensando o rato pelo esforço. O experimentador também pode se utilizar de outros estímulos, como pequenos choques (este foi o estímulo usado pela minha professora de psicologia no segundo grau, aquela sádica de ancas largas), para testar o repertório comportamental do roedor.
O êxito na experiência levou Skinner a acreditar que as leis da aprendizagem se aplicam a todos os organismos. Em escolas, por exemplo, o comportamento dos alunos pode ser modelado pela apresentação de materiais em cuidadosa seqüência e pelo oferecimento das recompensas ou reforços apropriados. O que é comum ao homem, aos pombos, e aos ratos é um mundo no qual prevalecem certas contingências de reforços.
No palco, a companhia monta uma Caixa de Skinner gigante. Teoricamente, os bailarinos fazem o papel dos ratinhos brancos e a platéia é escalada para viver Burhhus Frederic Skinner, o pai da teoria do reflexo condicionado. No final, fiquei em dúvida se eu era o psicólogo ou a cobaia. Só consegui aplaudir. Muito. Seguindo os outros ramsters que aplaudiam ao meu lado.
Nem tudo deste texto é meu, lógico. Fonte: Pedagogia em Foco.
3 Comments:
Talvez a dançarina tenha saído da Quasar com medo de se repetir...Perdi mais esse show... :(
Skinner negligenciou os dons inatos, como se todos os seres fossem autômatos. Nem todo comportamento é adquirido. Skinner é superficial e se limitava a previsão e controle de comportamentos. O comportamento humano, encerro, não pode ser comparado ao de ratinhos brancos. Ratos não criam Arte, não dançam em espetáculos da dança, tipo. Behaviorismo é simplista.
Querido Joss, meu deslumbramento não é com o Behaviorismo e sim com o espetáculo.
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